Família de acreana morta durante chacina em garimpo ilegal dentro de terra indígena no MT diz que jovem 'estava no lugar errado'

  • 25/09/2024
(Foto: Reprodução)
Flávia Melo de Miranda Soares, de 20 anos, foi assassinada em um garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, no Mato Grosso, nesta segunda-feira (23). Corpo chega na manhã desta quarta (25) para velório e enterro em Rio Branco. Flávia Miranda foi para o garimpo encontrar o marido, FábioTavares Siriano, de 33 anos Arquivo pessoal Ainda abalados pela tragédia, a família de Flávia Melo de Miranda Soares, de 20 anos, tenta entender o que aconteceu com a jovem assassinada em um garimpo ilegal na segunda-feira (23). "Não temos informações direito, falam muita coisa. O que sabemos é que entraram atirando em todo mundo, era uma briga por terra. Ela estava no lugar errado e hora errada", contou Daniele. O caso ocorreu Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá. Quatro pessoas morreram e uma ficou ferida. Inconsolados, os familiares precisaram correr contra o tempo para arrecadar recursos para o translado do corpo da jovem que chega em Rio Branco na manhã desta quarta (25). A informação foi confirmada ao g1 por Daniele Soares, irmã de Flávia. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp Fábio Tavares Siriano, de 33 anos, marido de Flávia, sobreviveu ao ataque e está hospitalizado. De acordo com a polícia, a chacina teria sido motivada após uma briga dentro do garimpo, por área de exploração. Uma das linhas de investigação da polícia é que os envolvidos tenham ligação com organizações criminosas. Veja detalhes do crime abaixo. Família não conhecia marido da jovem Ainda segundo a irmã, Flávia se mudou para Porto Velho, em Rondônia, há cerca de um ano. Há oito meses, após conhecer o marido, a jovem ficava entre a cidade de Pontes e Lacerda e a capital rondoniense enquanto Fábio trabalhava no garimpo. O crime ocorreu em uma destas visitas. Durante o ataque, a jovem foi atingida com um tiro no pé e sangrou bastante até chegar ao hospital. "Ele [Fábio] trabalhava lá [no garimpo]. Sei que ele está vivo, passou por cirurgia e queremos saber mais informações. A gente não perguntava muito sobre esse marido dela, não sabemos muito o que fazia", complementou. A família contou também que Flávia trabalhava vendendo semijoias e, antes de ir para o garimpo, avisou ao pai, que mora em Rio Branco. "Todo dia ela ligava e falava com a gente. Há um mês estivemos em Porto Velho, nos encontramos. Ela avisou para o meu pai que ia ver ele [Fábio], mas era normal. Ela ficava de um a dois dias e depois voltava [para Porto Velho]", contou. Flávia chegou morta no hospital de Pontes e Lacerda Reprodução Flávia e o marido foram socorridos por moradores próximos da região e levados de caminhonete para o Hospital Santa Casa. A jovem já chegou sem vida e Fábio em estado grave. As equipes médicas acionaram a polícia. Em Rio Branco, a família da jovem começou a receber ligações avisando sobre o que tinha acontecido. "Falaram que tinham matado ela, mas não acreditamos, entramos na internet buscando informações. Só acreditamos quando o pessoal do IML mandou a foto da identidade dela. Ela perdeu muito sangue, do local onde estavam para o hospital dá quase três horas de viagem ", acrescentou. O corpo de Flávia será trasladado para Rio Branco em um voo particular de uma funerária. A família conseguiu arrecadar R$ 20 mil para os procedimentos. O velório e enterro serão no Cemitério Morada da Paz. Chacina De acordo com o delegado João Paulo Berté, a chacina teria sido motivada após uma briga dentro do garimpo, por área de exploração. Uma das linhas de investigação da polícia é que os envolvidos tenham ligação com organização criminosa. A Polícia Civil informa que uma equipe de investigação foi ao Garimpo do Sararé para apuração dos fatos e localização de outras possíveis vítimas. Crescimento da exploração Documentarista registra degradação ambiental na terra indígena Sararé A Terra Indígena Sararé abrange os municípios de Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade. Nos últimos anos, a região tem sido alvo de uma intensificação das atividades garimpeiras, que ameaçam não apenas a integridade do meio ambiente, mas também a saúde e os modos de vida das comunidades indígenas locais. A primeira operação das forças de segurança foi em maio de 2020, quando policiais desocuparam um garimpo ilegal de ouro. Porém, após a saída das equipes, os garimpeiros invadiram novamente. Em abril deste ano, foram apreendidas 22 pás carregadoras avaliadas em mais de R$ 17 milhões, 39 motores estacionários, duas bombas d'água, um gerador e duas britadeiras foram destruídas, durante a "Operação que Ouro Viciado". As escavações indiscriminadas provocam desmatamento, poluição dos rios e degradação do solo, o que afeta diretamente o abastecimento de água e a biodiversidade local. Segundo dados do Ministério Público Federal de 2022, a TI Sararé tem cerca de 5 mil garimpeiros. Segundo lideranças indígenas da região, o território é uma área de grande importância ambiental e cultural, mas tem enfrentado sérios desafios relacionados ao garimpo clandestino. Reveja os telejornais do Acre

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2024/09/24/familia-de-acreana-morta-em-chacina-no-mato-grosso-diz-que-jovem-estava-no-lugar-errado.ghtml


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