Associação que recebia repasses da prefeitura financiava crime organizado e campanha de candidato a vereador em MT
30/09/2024
Durante o desdobramento da operação, a presidente da Associação, de 29 anos, foi presa. A Associação também realizava bingos e patrocinava torneios de futebol, para ganhar a confiança da comunidade local. Os irmãos da presidente da Afar foram identificados como os líderes do tráfico de drogas na região.
Polícia Civil de Mato Grosso
Investigações da Operação Infiltrados apontaram que a Associação dos Familiares e Amigos de Recuperando (Afar), responsável por financiar a campanha política do candidato a vereador Ary Campos (PT), recebia recursos da Prefeitura de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Em abril deste ano, a instituição fundada com o intuito de ajudar recuperandos, e o município assinaram um termo de colaboração para o repasse de R$ 120 mil anuais.
De acordo com a Polícia Civil, além da campanha, a Afar distribuía dinheiro para criminosos e promover o tráfico de drogas na cidade.
Em nota, a Prefeitura de Rondonópolis informou que a Associação recebeu as três primeiras parcelas (R$ 30 mil no total) e não finalizou a prestação de contas, por isso o município não fez mais repasses. O recurso seria para a prestação de serviços de proteção social básica e projetos além das grades.
"No caso da lei, aprovada pela Câmara de Vereadores, que autorizou o termo de colaboração no valor total de R$ 120 mil. Além disso, o município realizou um termo de fomento de R$ 10 mil, em parcela única, como objetivo de atender com materiais de higiene pessoal as reeducandas da cadeia feminina", diz trecho da nota.
Na sexta-feira (27), o advogado e candidato a vereador foi alvo da operação, suspeito de utilizar dinheiro de facção criminosa para promover a campanha política na cidade.
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O g1 entrou contato com Ary, mas não obteve retorno até esta publicação. A reportagem tenta contato com a Afar e a Prefeitura de Rondonópolis.
Durante o desdobramento da operação, a presidente da Associação, de 29 anos, foi presa. A decisão também determinou a suspensão das atividades e repasse de valores que a entidade vinha recebendo da prefeitura.
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Candidato a vereador é alvo de operação suspeito de promover campanha com dinheiro de facção criminosa
Segundo a polícia, a associação era usada para a lavagem de dinheiro, realizava eventos e ajudava a comunidade com entrega de cestas básicas, brinquedos e doces em datas comemorativas. A associação também realizava bingos e patrocinava torneios de futebol, para ganhar a confiança da comunidade local.
A decisão também determinou a suspensão das atividades e repasse de valores que a entidade vinha recebendo da Prefeitura de Rondonópolis.
Polícia Civil de Mato Grosso
De acordo com as investigações, o dinheiro dos bingos vinha da venda de drogas em toda a região sul de Mato Grosso.
Um grupo em aplicativo de mensagens foi criado pelos investigados e obrigava os integrantes a permanecer e realizar atividades, além de compartilhar frases e símbolos em alusão à organização criminosa.
Os irmãos da presidente da Afar foram identificados como os líderes do tráfico de drogas na região. Os dois irmãos e uma irmã dela, todos alvos da Operação Infiltrados e foragidos até o momento, também já foram investigados e alvos de outra operação, em 2018.
Operação Infiltrados
Ary Campos (PT)
Reprodução
Na sexta-feira (27), o advogado e candidato a vereador, Ary Campos (PT), foi alvo da Operação Infiltrados suspeito de utilizar dinheiro de facção criminosa para promover a campanha política em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.
A operação cumpriu, ao todo, 73 ordens judiciais contra os integrantes da facção, em 21 bairros nas cidades de Água Boa, Barra do Garças, Campinápolis, Guiratinga, Lucas do Rio Verde, Pedra Preta e Rondonópolis.
Entre os mandados estão 34 de busca e apreensão e 13 medidas cautelares contra 43 pessoas investigadas no inquérito que foi instaurado pela Delegacia Especializada de Repressão aos Roubos e Furtos (Derf).
Segundo a polícia, os investigados são suspeitos de tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, integrar organização criminosa e lavagem de dinheiro.
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